Somos seres sensíveis à opinião alheia. Facto!
As pessoas têm vindo a aumentar o seu grau de julgamento alheio. Facto!
Todos os dias somos julgados, de forma negligente e desconhecedora. Facto!
Vivemos numa sociedade onde é mais rápido julgar do que aceitar. Facto!
Deveremos sofrer pela constante forma como nos julgam mal? Conseguiremos mudar as pessoas? Não! É um facto!
|Então|
Só resta aceitar quem somos, desenvolver o nosso amor-próprio e seguir o nosso caminho, alheados do que os outros pensam de nós, longe de nos preocuparmos com o que pensam que sabem sobre nós. No fundo, nada sabem. Nunca nos envergaram a pele, nunca caminharam com o nosso fardo, nunca seguiram o nosso roteiro. Nada sabem, portanto. Mas especulam, maldizem, tecem considerações mesquinhas e desprovidas de realidade.
Tudo serve para o julgamento do outro, sempre partindo de preconceitos, de má análise, de extrapolação de acontecimentos (reais ou inventados) e de pressupostos errados. Se estão gordos é porque não têm autocontrolo. Se estão magros é porque estão com problemas. Se são bonitos são achados superiores. Se são feios são coitaditos. Se têm poder económico são uns trafulhas. Se não têm são uns miseráveis. Se manifestam opiniões é porque estão armados em vedetas. Se nada falam, são destituídos de vontade social. Se fazem pela vida são artistas, se nada fazem são preguiçosos. Bom, mais um valente rol de exemplos podiam surgir.
Vivemos num mundo de ecos de egos. Só agrada a gregos e troianos, uma alma vazia de gente, uma alma que não se cumpre e não se respeita. O ego de um julga o de outro, que por sua vez faz o mesmo, numa roda viva interminável. Seria mais fácil se os humanos tivessem encarreirado pelo verbo "aceitar" e não "julgar". Mas não foi assim que aconteceu.
Resta conseguirmos rumar a bom porto (nesta vida tão pequenina e que não pode ser tomada por garantida), indiferentes a todo o ruído que tenta poluir-nos.