Escrevia, no meu blogue pessoal, a 29 abril de 2014... Podem ler aqui:
A depressão no limite
Foi assim, relembrando a temática da depressão, a mensagem que o dia de trabalho de hoje deixou. Aqui também deixo para reflexão.
Se calhar não hoje, que é um dia de diversão para muitos. De tristeza para outros. Outro dia!
Fica um pequeno excerto:
(...) Em primeiro lugar, gostava de
firmar a ideia de que a Depressão é realmente uma doença sórdida, infame e
sorrateiramente silenciosa, que desnuda o sujeito de si e lhe coloca em xeque a
vida. Ouço muitos pseudo opinantes dizerem que a depressão serve de desculpa
para os preguiçosos não irem trabalhar ou para não cumprirem com as suas
obrigações. Dizem ainda, com sabedoria anafada, que a tristeza cabe a todos e
que cada um tem de a saber gerir. Ora, para os que, tal como eu, estudaram esta
patologia (e também para muitos outros, assim entendo), tais impropérios são
destituídos de qualquer razoabilidade. Posso até concordar que a Depressão
esteja a ser sobrediagnosticada, mas aqueles que realmente dela padecem, veem-se
muitas vezes incapacitados de dar uma resposta aos requisitos que a vida impõe.
E aqui, não há verdadeiramente lugar para a preguiça. Apenas para muito
sofrimento e severa incompreensão. (...)
Bom feriado!
Diana Sousa
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
A psique do dia #31
(...durante a sessão...)
- Mas no meio de toda essa confusão familiar, o que mais te magoa? Quem mais te magoa? Quem é, para ti, a pessoa que está a causar mais confusão? - perguntei.
- Ninguém é a ovelha negra. Cada um é como é. E eu tenho que respeitar como são as pessoas.
Esta resposta, ou melhor, esta benção foi-me oferecida por uma menina de dez anos que, embora ainda desconheça as consequências da problemática de que padece, apresenta uma maturidade inigualável, merecedora de elogio franco e honesto. Tomara que muitos adultos lhe seguissem o exemplo! Ao invés, muitos dos "grandes" ocupam-se a culpar tudo e todos por tudo e por todos, externalizando totalmente a culpa das suas vivências negativas, imputando-a a terceiros ou a circunstâncias inesperadas. No fundo, é apenas um mecanismo de defesa, mas convenhamos, a culpa não é senhora de um dono só!
- Mas no meio de toda essa confusão familiar, o que mais te magoa? Quem mais te magoa? Quem é, para ti, a pessoa que está a causar mais confusão? - perguntei.
- Ninguém é a ovelha negra. Cada um é como é. E eu tenho que respeitar como são as pessoas.
Esta resposta, ou melhor, esta benção foi-me oferecida por uma menina de dez anos que, embora ainda desconheça as consequências da problemática de que padece, apresenta uma maturidade inigualável, merecedora de elogio franco e honesto. Tomara que muitos adultos lhe seguissem o exemplo! Ao invés, muitos dos "grandes" ocupam-se a culpar tudo e todos por tudo e por todos, externalizando totalmente a culpa das suas vivências negativas, imputando-a a terceiros ou a circunstâncias inesperadas. No fundo, é apenas um mecanismo de defesa, mas convenhamos, a culpa não é senhora de um dono só!
crédito foto: Frases para Facebook
terça-feira, 25 de outubro de 2016
A psique do dia #30
Tenho
andado severamente preocupada com a variedade
e a quantidade de perturbações psicológicas e emocionais que se
manifestam nos
miúdos com os quais trabalho e outros com os quais convivo na esfera
pessoal.
Além dos que observo, contabilizo também aqueles transtornos que eles me
relatam,
nomeadamente os que se passam com os seus irmãos, primos e colegas.
Provavelmente, o motivo da minha inquietação relaciona-se com o facto de
eu presumir que tal amostra possa ser representativa da população em
geral. Queira a divindade que não!
Numa apresentação em lista curta nomeio, por exemplo, casos se agressividade física e verbal, depressão, ansiedade generalizada, ataques de pânico, fobias específicas e lacunas profundas na construção da autoestima, que tão importante é para a nossa proteção psicológica. Falo também de miúdos que se autoflagelam através de cortes que infligem a si próprios, como mecanismo de coping para as envolvências da vida, revelando uma profunda desestruturação da sua capacidade de reagir ao meio e aos seus stressores. Falo ainda de miúdos que apresentam distúrbios alimentares. Falo de muitos e de outros me esqueço. Crianças que não fazem um teste na escola sem tomar um ansiolítico. Miúdos que vomitam antes da chamada para um exame nacional. Que não conseguem superar a perda e a dor de um divórcio mal-amanhado e desencadeiam processos sérios de inibição alimentar. Crianças pequenas com um enorme descontrolo nas suas interações sociais, que agridem verbal e fisicamente não só os seus pares mas também os pais e adultos com quem interagem. São situações complicadas até porque as que aqui relato se atribuem a crianças com menos de 14 anos. Perder-me-ia na exposição.
Numa apresentação em lista curta nomeio, por exemplo, casos se agressividade física e verbal, depressão, ansiedade generalizada, ataques de pânico, fobias específicas e lacunas profundas na construção da autoestima, que tão importante é para a nossa proteção psicológica. Falo também de miúdos que se autoflagelam através de cortes que infligem a si próprios, como mecanismo de coping para as envolvências da vida, revelando uma profunda desestruturação da sua capacidade de reagir ao meio e aos seus stressores. Falo ainda de miúdos que apresentam distúrbios alimentares. Falo de muitos e de outros me esqueço. Crianças que não fazem um teste na escola sem tomar um ansiolítico. Miúdos que vomitam antes da chamada para um exame nacional. Que não conseguem superar a perda e a dor de um divórcio mal-amanhado e desencadeiam processos sérios de inibição alimentar. Crianças pequenas com um enorme descontrolo nas suas interações sociais, que agridem verbal e fisicamente não só os seus pares mas também os pais e adultos com quem interagem. São situações complicadas até porque as que aqui relato se atribuem a crianças com menos de 14 anos. Perder-me-ia na exposição.
Reconheço-me triste, alarmada e preocupada. Explico
por partes.
Fico triste perante esta realidade acima de tudo
pelo sofrimento por que passam não só estas crianças, como também os seus pais
e irmãos. Não é nada fácil encarar as dificuldades que defrontam e quem com
elas convive sabe bem do que falo. Para além do que já referi, convivo com uma
série de patologias neurocomportamentais, como a hiperatividade com défice de
atenção e a síndrome de Asperger e também perturbações da aprendizagem, como a
dislexia, a disgrafia, a discalculia e a disortografia, que vêm complicar ainda
mais o panorama. É fácil constatar que, porta sim, porta não, se encontra um
motivo de preocupação extraordinária para os agentes de educação.
Fico alarmada porque estes são os adultos do futuro
próximo. São estes os miúdos que, com maior ou menor dificuldade, com maior ou
menor capacidade, terão de levar o amanhã adiante. E serão eles capazes de o
fazer? Quero crer que sim e por vezes temo que não. São duas perceções num
mesmo plano, como se fossem cordéis entrelaçados em que um se superioriza ao
outro, alternadamente.
Por fim, fico preocupada tentando quantificar o grau em que nós adultos, enquanto agentes de educação (com os pais em primeiro plano), estamos a contribuir para esta ascensão das perturbações psicológicas e emocionais nos nossos meninos. Contudo, é utópico pensar-se desta maneira. Não há forma de quantificar em que medida determinado fator contribui para determinado fenómeno, pelo menos no que concerne às problemáticas aqui abordadas.
crédito foto: Ler Saúde
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
A psique do dia #29
O medo vive em nós e tal é um facto! Mas nenhuma arma será letal, se não acreditarmos no seu poder. Então, provavelmente, o segredo reside em domesticarmos os nossos medos e crenças erradas pelo método da racionalização, tal como treinamos os nossos animais, como educamos os nossos filhos, como modificamos comportamentos de que não gostamos. Demora tempo, é certo! Mas a viagem será doce...
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
A psique do dia #28
Um grama de exemplo vale mais do que quilos de conselhos e ensinamentos teóricos. Não pretendas nunca que os teus filhos se sensibilizem com as causas sociais, quando tu as apregoas verbalmente mas na primeira oportunidade de servires de exemplo te espalhas redondamente. O tema do dia são os idosos! À medida que os anos avançam, diminui o respeito que vamos tendo por eles. Noutras culturas, os velhos são idolatrados pela sabedoria que acumularam (normalmente culturas onde a tecnologia não domina). Algo de muito errado estamos a fazer! Iremos a tempo de consertar?
terça-feira, 11 de outubro de 2016
A psique do dia #27
"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro
de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de
razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a
vida está nos olhos de quem saber ver."
Gabriel García Márquez
É preciso acrescentar mais alguma coisa?
Gabriel García Márquez
É preciso acrescentar mais alguma coisa?
crédito foto: www.relajemos.com
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
A psique do dia #26
Não venham envergonhados, não se revistam de sensações negativas, não se sintam embaraçados quando vêm à consulta e, quase num sussurro atrapalhado, dizem, de mansinho, “não quero mais ter este excesso de peso”; “fartei-me de ser tão gorda(o)”.
Pensem comigo: podiam vir assumir outras vontades: “Não quero mais beber”, “Não quero mais fumar”, “Não quero mais ter ataques de pânico”, “Não quero mais sentir-me atraído por crianças”, entre tantos outros “não quero!”.
Por outro lado, vêm à consulta manifestar um sofrimento muito profundo pelo excesso de peso que o vosso corpo apresenta. Mas reparem, o vosso corpo não é a vossa identidade, muito menos vos define. E se tal vos causa dor e não é consequência de qualquer patologia do foro fisiológico, então o prognóstico é excelente. Não é uma das problemáticas mais cabeludas de resolver, ao contrário do que muitos possam pensar. De facto, com orientação adequada, pode até ser um período muito interessante de aprendizagens e alterações comportamentais direcionadas para o bem-estar geral. Leva tempo? Claro que sim! Sem dúvida! Nada se conquista com facilidade, como a vida faz questão de nos ensinar a cada dia.
O corpo molda-se àquilo que queremos e desejamos, com trabalho, tempo e dedicação. Concordo que, se o excesso de peso está intrinsecamente associado a várias doenças cardiovasculares, (entre muitas outras) que estão no topo das que mais mortalidade traz aos portugueses, se o excesso de peso apresenta comorbilidade com a Depressão e a Ansiedade e se, ao mesmo tempo, vos traz sofrimento psicológico, então deverá ser algo a resolver. E fazê-lo, apenas demonstra inteligência e força de vontade. Esta coragem, esta força do querer não pode trajar-se de embaraço ou vergonha, mas sim de arrojo e determinação, rumo ao que se ambiciona: saúde física e psicológica.
Só uma última nota: a propensão para o consumo compulsivo de alimentos altamente calóricos, associada à falta de vontade de exercitar o corpo para queimar o excesso nutricional, está intimamente relacionada com fatores de ordem psicológica, que não se compadecem de dietas da moda, mas sim de profundas alterações comportamentais. Não se deixem encantar pelas dietas que então em voga.
Boa semana!
Diana Sousa
crédito foto: diariodeumadietista.com
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
A psique do dia #25
Qualquer que seja a tua guerra, a tua luta, o teu desafio, o teu objetivo, não te embrenhes em mecanismos acessórios. Identifica com clareza o que pretendes, desenha um plano exequível, não coloques expectativas insanas, determina o tempo para cada passo estabelecido e vai cumprindo com determinação.
Irás certamente alcançar o que almejas, mas ainda que não consigas, terás o orgulho de ter tentado realizar e não a frustração de teres tido medo! Com essa, a maldita frustração, é muito difícil lidar e deixa em nós uma mácula profunda.
Toca a empreender mudanças comportamentais! A queda é o menor dos problemas!
Bom fim de semana!
Irás certamente alcançar o que almejas, mas ainda que não consigas, terás o orgulho de ter tentado realizar e não a frustração de teres tido medo! Com essa, a maldita frustração, é muito difícil lidar e deixa em nós uma mácula profunda.
Toca a empreender mudanças comportamentais! A queda é o menor dos problemas!
Bom fim de semana!
crédito foto: estudosjovens.blogspot.com
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
A psique do dia #24
É com muita alegria e um brio incalculável que faço hoje esta publicação, apresentando-vos a Ana Almeida, minha colaboradora na Psicologia em Dia, fabulosa psicóloga, excelente colega e uma profissional incrível.
Defendeu e dissertou na defesa do Prémio de Melhor Estágio da Ordem dos Psicólogos Portugueses, no recente Congresso da referida Ordem Profissional. Estou muito orgulhosa!
Parabéns, Ana! Continua o teu caminho pelos terrenos do brilhantismo!
Não podia deixar de dar os mais sinceros parabéns ao Ismai, que é uma entidade formadora inestimável, continuando na linha da frente daquela que é a nossa belíssima profissão, a Psicologia! Estou feliz!
Por cá, estamos radiantes!
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
A psique do dia #23
A oportunidade de termos, no nosso gabinete, mulheres em consulta psicológica numa vivência marcada por recentes pós-traumas emocionais, como uma separação com crianças envolvidas, é uma honra que não sei como estimar, não é possível explicar! E tem acontecido com regularidade...
O ser humano revela-se belo quando, no mais profundo sofrimento, assume as suas fraquezas, os seus erros, identifica o seu senso de culpa e a necessidade de se reorganizar, rumo ao bem-estar psicológico e à almejada paz interior. Fraqueza? Nem pensar! Isto de que aqui falo é sinónimo de garra, coragem, valentia, aceitação e muita resiliência. Têm a minha admiração, portanto!
(E quando elas nos chegam deslumbrantes, cheirosas, bem cuidadas, mas já sem o abraço do companheiro, com a convicção de levar a vida adiante, orientadas e treinadas por quem sabe conduzir este processo, demonstram todo o seu charme, carisma e inteligência.)
Hoje homenageio "as minhas mulheres de luta" que, com a última lágrima a borrar a maquilhagem ( literal e metaforicamente falando), se sentem, a cada dia, melhores pessoas do que ontem.
Bom fim de semana a todos, com um abraço especial aos nossos clientes. Por cá, nesta Psicologia em Dia, estamos convosco, a cada segundo.
O ser humano revela-se belo quando, no mais profundo sofrimento, assume as suas fraquezas, os seus erros, identifica o seu senso de culpa e a necessidade de se reorganizar, rumo ao bem-estar psicológico e à almejada paz interior. Fraqueza? Nem pensar! Isto de que aqui falo é sinónimo de garra, coragem, valentia, aceitação e muita resiliência. Têm a minha admiração, portanto!
(E quando elas nos chegam deslumbrantes, cheirosas, bem cuidadas, mas já sem o abraço do companheiro, com a convicção de levar a vida adiante, orientadas e treinadas por quem sabe conduzir este processo, demonstram todo o seu charme, carisma e inteligência.)
Hoje homenageio "as minhas mulheres de luta" que, com a última lágrima a borrar a maquilhagem ( literal e metaforicamente falando), se sentem, a cada dia, melhores pessoas do que ontem.
Bom fim de semana a todos, com um abraço especial aos nossos clientes. Por cá, nesta Psicologia em Dia, estamos convosco, a cada segundo.
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