terça-feira, 29 de agosto de 2017

O complicómetro





A palavra - roubada de um professor - representa um dispositivo mental que tende a tornar a nossa vida muito mais complicada, por obra de pensamentos que extrapolam a nossa capacidade de os acumular. Muitos são os problemas que vão afetando o dia-a-dia de cada um de nós, mas o facto é que muitos deles são criados, engendrados ou engrandecidos por nós. No tempo em que o complicómetro está ligado, tendemos a antecipar angústias, a remoer em eventos passados, a dar o nome “problemas” a pequenos nadas. E enquanto o fazemos, a vida passa-nos ao lado: a vida no seu real sentido, aquela que experienciamos com os nossos sentidos e que tem a beleza que lhe soubermos ler. 

À semelhança de outras coisas da vida, o pensamento também se treina. Basta identificar os erros que incentivam a ativação do complicómetro. O lema deverá ser: Pensar menos e sentir mais. Raciocinar menos, conjeturar menos e vivenciar muito mais pelas experiências que os sentidos nos trazem a cada momento. Os erros que listo abaixo estão intimamente relacionados com a ansiedade. Se o desejo for o de não permitir que esta se instale, talvez seja importante travar-lhe o caminho e não dar espaço à sua progressão.
 
10 erros comuns de quem tem o complicómetro ligado sistematicamente:

- Pensar demais no desnecessário
- Ruminar nos acontecimentos futuros
- Fazer um enorme drama e entristecer-se com ele.
- Viver sentindo culpa
- Aborrecer-se de forma constante e amuar
- Exposição excessiva a notícias
- Incapacidade de dizer não
- Sucumbir ao que os outros pensam
- Ruminar no que não deu certo
- Guardar emoções para si próprio
- Necessidade de controlo

A ajuda de um psicólogo pode ser crucial para reorganizar o modo como processamos a informação e para transformar cognições indesejadas e que são destrutivas para a saúde mental. 

Mãos à obra!

Diana Sousa
Psicóloga